... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

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Era uma sexta-feira de chuva intensa, Cecília sai do trabalho e voltava pra casa, mais com uma sensação de que precisava de algo mais... Já fazia uns 5 dias que não via Pedro, e uma vontade súbita de amar e fazer o corpo se renovar no suor de um homem que a compreendia e entendia seus desejos... Foi então que diante do farol fechado, pegou o celular e escreveu uma mensagem provocante e enviou: 
 
 “Uma ruiva esperará por ti na minha garagem com um vestido preto e sem nada por baixo!”
 
Pedro estava numa reunião chata, cheio de bajuladores que não entendia o que ele realmente estava esperando de sua equipe... Ele sente o celular vibrar, o lê e sente o sangue aquecer o corpo e teve vontade de saltar e largar tudo e correr para a garagem, mas ao mesmo tempo a razão dizia para não o fazer, a sensualidade era perigosa e escorregava aos seus pés como uma avalanche de água na estrada quando conduzimos um veiculo com cuidado para não ser levado pela intensidade da força... Mesmo assim, sorriu um sorriso cuidadoso e seu olhar mudou, olhava o celular e o seu pensar já estava naquela garagem... Mais a virilidade e orgulho o fizeram dizer que lá estaria pronto a conhecer uma parede cinzenta no meio da cidade que se alegrasse diante do vestido preto, mas conscientemente continuava a pensar que não devia entrar no labirinto de fantasias que a mulher de varias faces o usava como um homem qualquer a matar o tesão e a vontade... Mais depois pensou... Se ela sempre me escolhe para viver suas historias deve ser porque somos bem mais que simples amantes... Pedro levantou-se, olhou para todos e disse:
 
 “ bom, eu irei resolver um assunto cuja decisão já foi tomada e precisa de meu aval... Quanto a vocês, continuem discutindo e quando terminarem apresente-me o relatório com as decisões para serem analisados... Boa discursão e até segunda! “

Embriagado de decisões meteu-se no carro ligou o GPS e de olhos fechados à razão segui a rota da vontade e do desconhecido. Perto do local avistou uma mulher, cabelo curto num vermelho sedutor, de vestido preto, salto alto e casaco verde esperança que escondia o rubor do decote frontal que dava um ar bem marginal ao vestido nada recatado, bem diferente daqueles que Pedro já estava acostumado a ver em Cecília... Não, mais aquela não era Cecília, era uma ruiva de pele branca, de boca vermelha carnuda, sobrancelhas bem desenhadas e o mais fantástico... Um olhar cinza que nunca viu igual... Aquela mulher veio em sua direção enquanto ele apreciava cada movimento e cada expressão que trazia no rosto...

 
Ela sorriu para ele, Pedro ficou nervoso, mas ao mesmo tempo excitado. O seu sorriso era acolhedor e tranqüilo. Entrou no carro, cheirosa e elegante. Conversaram um pouco e nada falaram sobre a surpresa, mas foi naquele instante que os olhos se encontraram frente a frente e o desejo os flecharam com tamanho ardor que se  dirigiram para o local combinado.
 
Em frente à parede cinzenta as palavras caíram com os minutos do tempo, enquanto o passado se misturava com sorrisos, olhares e pensamentos. A inibição e alguma vergonha faziam a pele manter-se lado a lado sem se tocar. No seguimento das palavras as mãos encontraram-se e com ternura deslizaram dos braços até aos dedos. Atrás das mãos veio o corpo todo. De repente a febre subiu e as palavras ficaram esquecidas. As bocas encontraram-se desenfreadas e demos beijos ardentes de desejo. As mãos começaram a percorrer o corpo. Pedro a apalpava e a sentia robusta e envolvente, toda a sensualidade das suas curvas enchia as mãos de Pedro de desejosas e febris intenções. Emaranhou-se nos seus cabelos lisos bem presos aos originais e sentiu o cheiro que já se misturavam com os odores dentro do carro: o perfume de classe e o desejo de fêmea. O vestido preto sem nada por baixo já deixava ver o seio pela grande fenda frontal... Pedro então o agarrou com se fossem voar, com força aperto-os nas mãos e beijei-os com intensidade.

Cecília vinha de ruiva fatal e o pediu para que a chamasse de DESEJO... E fascinado ficava a cada encontro com aquela mulher que meche com seu instinto de homem... Pedro observou as pernas e enquanto a beijava sentia-a quente. Ela começou a deslizar pelo corpo, as peles se tocavam, a respiração sincronizada duplicou a febre de se possuírem. Pedro foi tirando a roupa enquanto ela o explorava o corpo como se estudasse um mapa de encontro à ilha do tesouro. Ela sabia como o excitar a cada toque, a cada beijo… Foi então que Pedro levantou-lhe o vestido e ao avistar tudo a nu, a agarrou as ancas com tal furor e o enterrou no seu desejo já rijo e em alerta...
 
Sentiram o corpo de ambos vibrar no contato dos corpos e nos vidros do carro nasciam pingos de vapor que vinha de prazer. Não conseguiam parar, o ar começava a faltar no carro, o suor pingava sobre eles. Na loucura da sofreguidão passaram o índice do kama sutra em pouco tempo. Respirava suores, cansaço e beijos de ternura que os levavam a mais prazer. Só pararam quando o corpo de ambos chegaram ao máximo de desejo no mesmo momento em que juntos uivaram num insano canto de prazer...

Estavam molhados como se estivessem acabados de sair do mar, mas o azul era um carro na garagem e a imensidão foi o prazer indescritível que sentiram naquele momento. Com a voz rouca pela garganta seca “DESEJO” sorriu para ele, limpou-os o suor das costas com o vestido preto. Beijei aquele personagem como se fossemos namorados apaixonados... Ela desceu do carro, disse a Pedro pra ir pra casa com cuidado e que ligasse pra ela assim que chegasse... Sem entender a sua obediência ligou de novo o GPS desta vez era para regressar a casa, à realidade... Ainda pelo retrovisor, contemplou a retirada da peruca vermelha e as formas como seus cabelos negros caiam com uma sedução tamanha que voltou a deixá-lo excitado... Foi então que deu meia volta no quarteirão e voltou à mesma garagem... Ela não estava mais ali... Caminhou até a porta dos fundos entreaberta e subiu as escadas descalços não queria chamar atenção... Precisava ver a realidade que o dominava...

 
Em cima da cama, Pedro encontrou várias perucas de diferentes cores e tamanhos, lenços, meias, lingerie, sapatos, roupas exóticas... E de repente ouviu uma musica que vinha do banheiro... LOVE AND AFFECTION, ao abrir a porta do banheiro lá estava ela... Submersa na banheira de olhos fechados, olhos borrados, boca ainda no vermelho carmim...
 
Pedro se aproximou e disse bem baixinho... É perigoso deixar a porta dos fundos aberta querida, você pode ser surpreendida com um homem que busca atacar mulheres indefesas... Agora põe esse cabelo loiro, me deixa brincar com o meu tesão e cala a boca... Não quero gritaria não...
 
 
 
 
Pra você...
Beijos!
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 07/02/2009
Alterado em 21/05/2010
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