... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

Textos


Respondo o teu silêncio, pois ouço em meu pensamento as perguntas que tua alma me faz em noites quando o pensamento vagueia sem um lugar certo chegar... Respondo-te com sinceridade o que se passa neste coração cheio de saudades....

Quero que saibas que...

Sinto saudades...
Que continuo apaixonada...
Que o meu corpo estremece de desejo ao pensar no seu...
Que o cheiro da sua pele se sobrepõe a qualquer outro aroma que eu possa inalar...
Que os seus beijos povoam todos os meus sonhos e que não se esvaem quando acordo... Porque o sabor deles alimenta as minhas lembranças no decorrer do dia...
Que gostaria de ao menos poder escutar a sua voz, mas o medo da indiferença imperativa que possa estar contida nela me faz recuar e optar pela distância.

Pensando juntamente com o meu coração chegamos a seguinte conclusão:
De que essa é uma história que só os nossos corações podem contar, porque as palavras não têm recursos suficientes para decifrar a sua linguagem.

E o meu coração sem-vergonha disse:
_ Quantas vezes você já olhou para esse telefone?
_ Eu? Eu olhei para o telefone? Nem percebi!
_ Liga para ele, boba! Ele pode estar esperando que você ligue!
_ Não! Não quero incomodá-lo! Ele deve estar ocupado, talvez até namorando.
Escorreu a água do macarrão, espalhou-o numa travessa de porcelana branca, regou-o generosamente como molho, e colocou-o em cima da mesa, num apelo de sedução ao paladar. Virou-se para atender ao telefone. Desligou. Brincou:
_ Não gostaram da minha voz! Desligaram!
Do outro lado da linha, alguém imprimira ao coração uma cadência imposta pela saudade e pelo pulsar de um sentimento ainda não decifrado, mas recuara convicto de que não valeria a pena expor-se. Ela com certeza já o esqueceram, fazia tempo que não ligava.

Desde então, leve essas respostas até seu coração... A fim de me tranqüilizar em noites frias...
Desejo que minhas respostas possam sua alma chegar e até você levar o que sinto ao lembrar de tanta felicidade que podes me dá....
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 13/04/2006
Alterado em 21/05/2010


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