... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

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Cecília não sabia que aquele seria um outro dia, seria um dia diferente de todos os outros, seria um dia onde o sol a tomaria sem medo. Percebeu então um clarão que inundou seu coração e a fez despertar todos os sentidos adormecidos...
Era de manhãzinha ainda, o sol queimava gostoso. Calmo, dando as boas vindas no corpo, André bateu à sua porta naquele momento,
Quando Cecília o viu... Quando André a viu, em cada segundo se fitando um silencio gritante!
Foi então que a emoção tomou conta de ambos e a emoção se transformou em doce encanto, um reencontro surpreendente...
Mesmo que nunca tivessem estado juntos antes, mais foi essa a sensação de ambos.
O momento mágico onde uma alma se reconhece em outra alma.
Onde faz brotar uma lagrima secular de uma saudade que se acabou de matar... Cecília percebe o silêncio murmurando como se a felicidade fosse encontrada e nos olhos de André vê um que reencontrou uma alma sofrida que na eternidade foi perdida...
André a fita fundo nos olhos como se estivesse diante do impossível,
Tentando puxar pela memória vazia lembranças do invisível!
Ainda parado na porta... Parecia que naquele instante, que o tempo já não fazia sentido... Apenas a necessidade de se contemplar um reencontro que de uma outra vida se perdeu!
Cecília pensava:
- será que fomos parceiros em uma dança perdida em nossa existência???
Enquanto Andre refletia:
- será que fomos cúmplices de um grande ato de amor com juramento de amor eterno??
O que seria aquela sensação de ternura que envolvia ambos mais uma vez...
Sem dizer uma só palavra Andre a tomou num abraço terno,
A envolveu em seus braços e Cecília nada fez ao não ser se entregar aquele afago... Foi então que ela sentiu o aperto no coração como uma dor dos que permanece apaixonado a suportar o maldoso tempo e a insuportável saudade, foi então que sentiu uma outra verdade a nascer de seu coração...

Naquela manhã... Naquele primeiro instante em que se viram ambos souberam que já se conheciam... Ambos sentiram-se reconhecer a alma diante de seus olhos, perceberam-se os laços que um dia os fizeram estar ligados e por algum motivo os separou, mais que silenciosamente se reencontraram por coincidência do acaso...

Sem nenhuma palavra o abraço foi demorado... No corpo se sentia o coração um do outro perto, batendo na mesma sintonia... 

E de um segundo, fez-se a eternidade e a magia do reencontro!
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 10/04/2006
Alterado em 31/05/2010


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