Como uma boa paraense que sou já preparei meu banho para ser tomado na virada do dia 23 para o 24 de Junho... Para você conhecer um pouco de minha cultura exotica, mistériosa que tanto encanta...

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De onde vem este hábito cultivado por nós paraenses... O banho de cheiro seria uma herança indígena ou cabocla? Tradicionalmente o banho de cheiro é preparado nas noites de São João, mas devido aos seus efeitos terapêuticos, ele virou mais uma mania diária da nossa gente.
Como se sabe, alguns banhos têm uma função curativa e relaxante, outros são uma forma de embelezamento. Patchuli, pau-de-angola, alfazema, sementes de cumaru, raízes de priprioca, jasmim, sândalo, cedro, baunilha são algumas das ervas da Amazônia que entram na formulação dos banhos aromáticos.
A escritora Eneida de Moraes, na sua obra Banho de Cheiro, atiça com perfeição a nossa sensibilidade, quando descreve o poder mágico daquilo que ela chamava de “Banho da Felicidade”: “ - Cheiro Cheiroso! (a pronúncia local: chêro chêroso!)... Portas e janelas se abriam. Os homens paravam de casa em casa, desciam os tabuleiros: ervas, raspas, folhas, pedacinhos de madeira passavam de suas mãos às da compradora. Ninguém queria perder o direito à felicidade: ricos e pobres.
Nos fogões e nas fogueiras - as mesmas que iriam iluminar a noite do santo - a grande lata fervia com vegetais perfumados da Amazônia que, ralados, esmagados, verdes pela juventude ou amarelecidos pela velhice, dão, depois de fervidos, um líquido esverdeado com exuberante perfume de mata virgem.”Hoje em dia, com a industrialização das riquezas naturais, o cheiro-cheiroso-do-Pará é vendido na forma de sabonetes, xampus, colônias, óleos essenciais e banhos. Em pequenos frascos pode-se desfrutar o perfume desta rica flora amazônica!

Fonte: Amazon Netw