![]() 26/04/2025 18h56
O Peso do Silêncio
Hoje, minhas mãos tremiam. Não de medo. Não de raiva. Mas de algo ainda mais forte: de libertação.
Eu falei. Eu que tantas vezes engoli. Que tantas vezes deixei pra lá. Que tantas vezes aceitei migalhas achando que era afeto.
Hoje, eu disse. Com voz firme, mesmo que a garganta quisesse falhar. Eu disse que não havia mais nada. Que um vídeo sem intenção, um áudio perdido, não eram laços — eram apenas ruídos.
E ele... como sempre... Jogou o silêncio entre nós. Tentou fazer do meu desabafo um sermão. Tentou vestir minha coragem de exagero.
Mas dessa vez, eu não comprei o papel de culpada. Não me curvei pra caber no desconforto dele. Não implorei pra ser compreendida.
Respondi com a mesma indiferença que ele tanto ofereceu. Um "ok". Um joinha. E um mar inteiro de libertação no meu peito.
Tô aqui agora, sentindo esse ardor que queima — mas que também cura. O ardor de quem, pela primeira vez em muito tempo, não precisa mais se perguntar: "será que eu merecia mais?"
Porque agora eu sei: eu mereço ser prioridade, não destinatária de sobra. Eu mereço ser presença, não silêncio.
E se pra isso eu precise tremer, arder, e rasgar a pele da saudade... Que assim seja.
Eu estou viva. Eu estou inteira. Eu estou de volta para mim. Publicado por Monet Carmo em 26/04/2025 às 18h56
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