![]() 06/02/2025 23h22
Eu filha das Águas...
Eu tenho uma ligação profunda com a água. Tenho uma conexão intensa com o canto das águas, com o barulho do mar, da cachoeira, com o som da água se movendo. É uma espécie de encantamento, de calmaria. É como se todo barulho dentro de mim, de repente, sumisse, para que eu pudesse ouvir o que o mar fala, o que uma cachoeira diz ou o que simplesmente a água, em seu movimento entre rochas, pedras, mato, folhas e galhos, quer dizer.
É na água que me acalmo. É dentro do mar que me animo. Ali, tudo para. Ali, o pensamento voa – ou não voa. Na verdade, ele se concentra melhor. Todos os pedaços de vários pensamentos espalhados por diversos cantos da minha cabeça param e se organizam, formando um todo, um conjunto harmonioso, onde consigo enxergar tudo de maneira clara, sem fragmentação. A água é isso.
Ser filha da água, ser filha da mãe das águas, ser filha de Iemanjá, ser regida por ela me faz entender melhor meu choro. Faz compreender que as águas que deságuam de mim – seja através de lágrimas, de suor ou de um gozo – são sinais de vida. São sinais de que ainda pulso por sonhos, por vontades, por desejos e, principalmente, por realizações.
Por isso, se um dia você me vir chorar, não pense que todo choro é sinal de tristeza. Não. Muitos dos meus choros são de admiração, de respeito e de orgulho – orgulho por ser quem sou ou por ver quem eu gosto, quem eu amo, seguindo o caminho certo, o caminho do divino, o caminho do sucesso. E, mesmo aos trancos e barrancos, mesmo com todas as dificuldades, vencendo.
E quando isso acontece, quando eu vejo, quando acompanho, é normal – muito normal – o meu choro vir. E quando ele vem, traz consigo uma sensação de bem-estar e de amor.
Publicado por Monet Carmo em 06/02/2025 às 23h22
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