... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

Meu Diário
02/01/2017 10h46
Saudade...

Uma relação constrói-se muito na saudade. 

A ideia de não estar agora com quem gostávamos de estar preserva o sentimento. A dor parece estar sempre presente onde o amor se faz sentir.

 É uma dualidade quase estúpida, mas é sem dúvida uma das condições para a preservação da harmonia. 

Os opostos atraem-se, mas a verdade é que não se podem destruir a si mesmos. 

Demasiada saudade leva a uma carência sem medida. 

Muita dor faz querer esquecer o sentimento. Constantes ausências tendem a não fazer lembrar quem deixa de fazer falta.

 Não existem grandes fórmulas. Existem apenas tentativas e erros.

 Existem aprendizagens. E existe a beleza da saudade rápida e do reencontro esperado, que parece sempre tão pouco e é tanto.

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Que sempre existam almas para as quais o amor seja também o contacto de duas poesias, a convergência de dois devaneios…

 O amor, enquanto amor, nunca termina de se exprimir e exprime-se tanto melhor quanto mais poeticamente é sonhado…. 

Os devaneios de duas almas solitárias preparam a magia de amar…. Um realista da paixão verá aí apenas fórmulas evanescentes…. 

Mas não é menos verdade que as grandes paixões se preparam em grandes devaneios…. Mutilamos a realidade do amor quando a separamos de toda a sua irrealidade…

nem quero pensar em nada mais...


Publicado por Monet Carmo em 02/01/2017 às 10h46

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