... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

Textos


Rede que o vento embala na varanda
Contempla o pôr-do-sol,
O rio que mais parece mar,
Com suas ondas na calçada quebrar.
Tacacá da Dona maria lá na esquina,
É de tardezinha para o dia fechar,
Crianças correndo na praça se lambuzando,
Como é gostoso observar!!

O vento forte de brisa suave
Não traz o sal,
Pois aqui o rio é de água doce,
Mesmo assim, parece mar.
Nosso rio é morada de Botos,
Nossos igarapés são encantados pela mãe d’agua, favor pedir licença antes de entrar!
A rua de nossos rios é iluminada pela luz da lua
E o caboclo com sua canoa por ela passear...

O açaí daqui é natural seu moço,
É bem grosso é de papa,
Nada de água, granola e abacate.
É puro com farinha grossa ou de tapioca
Com pirarucu, almoçar!
Essa gente simples desse Pará,
Que fala “tu”;
Que fala “égua”;
Que fala cabocles deste lugar encantado!

A cobra grande ainda dorme,
Embaixo da igreja da Sé; nenhum corajoso se atreveu em acordá-la... A lenda é famosa, mais deixe como está!
Não há lugar mais paraense que o Ver-o-peso;
Peixes, frutas, afrodisíacos e todas as iguarias,
Que possas imaginar, encontras neste lugar!
Até feitiços por lá...
Ha de achar!!

É tão bonito ver o paraense rico e o pobre,
Comer manga com farinha grossa à se lambuzar
Açaí com camarão...
Casquinha de mussuã...
Sorvete de Bacuri, antes da chuva da tarde,
Chegue pra refrescar essa cidade!
Cidade morena,
Cidade que acolhe,
Cidade das Mangueiras
De Eneida e Waldemar...

Belém de mandingas,
De pajelanças que emana força,
Pra quem precisa de uma ajudar encontrar!
Garrafadas para abrir caminhos...
Periquita da Bota, pra segurar marido ou
Olho do Boto pra espantar o mal-olhado,
Aqui pra tudo há um feitiço apropriado,
Ninguém há de sair cabisbaixo ou desesperançado!
Belém do Pará que não é do Calypso ou Tecnobrega;
Belém do Párá do Carimbo, do Lundun e do siriá...
Do Arraial do Pavulagem, mestre lucindo e tantos poetas que vivem neste lugar!

Belém do Pará que não é só de desordem
De disputas por terras... Cidade sem lei...
Aqui a disputa é por um pedaço de terra, seu moço;
E não disputa por quem tirou mais vidas para
Chamar atenção de alguns, a abaixo do mapa seu moço, se vive uma guerra fria onde em todo mundo já é conhecido!

Belém do Marajó...
Belém do cheiro do Patchuli
Belém de Nazarezinha com seu santuário
Banhado em ouro, cheio de fé e tesouros!
Belém do meu Pará...
Belém que não canso de cantar!

Como diz a musica do mestre Pinduca:
“... Quem vem ao Pará parou,
Tomou o açaí ficou...”

Belém que não é preciso ser de ninguém para ser reconhecida...
Basta ser do Pará!

Belém do meu Pará!!
Com maior amor do mundo, que em meu peito há!!

“- Égua, como é gostoso te amar”

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 12/06/2006
Alterado em 13/06/2006


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