... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

Textos


A noite está fria, levando-te a apressar o passo.
Não tens a menor vontade de dormir,
Mas o dia não tarda a nascer.
Todos os teus amigos já partiram.
Enquanto tu estás sozinho,
Apreciando a solidão.
Olhas para trás e vês, vultos entre as sombras.
O vulto sorri; Um sorriso reluzente,
Cheio de promessas e ameaças.
Antes que comeces a entender, tu morres...
Mas não por muito tempo!
O fascínio da noite. A sedução da vida eterna.
À procura de uma alma perdida,
Sedenta de um amor eterno e fogo ardente.
Tu queres o amor que ainda não obteve,
Deseja senti-la como a brisa fria da noite.
Sentir o perfume de seu corpo mórbido.
Tirar o sangue de tua boca gélida.
Apreciar a solidão da lua, como se ela fosse sua..
Como se a lua te pertencesse,
E o Sol fosse teu eterno inimigo.

O brilho que a Lua lhe permite ver a alma por quem 
Vais amar.
Já o brilho do Sol, mata-te
Que deseja aquela alma beber.... 

Sentes a podridão que vêm de teu corpo,
De teus pensamentos...
De teus desejos...
Do ódio daquele que te fez assim!
Que sentido á na vida eternidade viver, se para achar forças.
Precisa de sangue nobre beber...
Oh! Deus prefiro morrer...
E no descanso eterno assim viver, pois sozinho não estarei,
Meu amado assim encontrarei...
E nesta escuridão não mais viver...
Que solidão é esse que me consome e me faz
Sair atrás de você... E não consegui te beber...
Não quero que vivas como a mim...
Mais se assim, me amas... E assim me queres,
Beber-te-ei o nobre e doce sangue teu...
Para eternamente vivermos essa maldição,
Onde agora a solidão não mais terá morada,
E seremos eternas alma a vagar pela noite
A procura de novos sabores,
Protegidos pelo brilho da amiga Lua,
Andaremos pelas madrugadas frias..
Faremos amor, no mármore de nossa morada...

E nenhum pesar há de sentirmos,
Pois solidão, não mais existirá!
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 05/04/2006
Alterado em 08/04/2006


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